22 julho 2011

A SUSTENTABILIDADE E A CONSTRUÇÃO DOS ESTÁDIOS PARA A COPA DO MUNDO NO BRASIL - SELO VERDE

Selo Verde: arenas de Cuiabá e Brasília estão mais adiantadas

9 de julho de 2011 às 05h19





Quando o assunto é certificação Leed, ou selo verde nos estádios, o Brasil está na frente. A primazia brasileira até levou a Fifa a incluir metas de sustentabilidade em seu manual técnico para as obras da Copa de 2014.

A informação é de Felipe Faria, gerente de relações governamentais e institucionais do Green Building Council (GBC Brasil): "O Leed está presente em 127 países, mas são poucas as arenas mundiais que têm o selo verde, ou que estejam na posição do Brasil na busca da certificação", afirma ele. O GBC Brasil, organização não governamental criada em 2007 para promover processos de certificação do selo Leed no país, assessora o BNDES na certificação dos estádios da Copa de 2014.

Entre os estádios que sediarão os jogos da Copa em 2014, oito já estão em processo de certificação para o selo verde. Os mais adiantados, conta Faria, são os de Brasília (Estádio Nacional Mané Garrincha) e Cuiabá (Arena Pantanal), que já enviaram a documentação exigida. E Brasília manifestou a intenção de obter o selo no nivel platina, o mais alto na escala do GBC, contou Felipe Faria. Também buscam certificação os estádios de Belo Horizonte, Manaus, Natal, Fortaleza, Salvador e Recife. No caso do estádio carioca, o Maracanã, "ainda falta pedirem registro de certificação, mas sabemos que a obra segue os padrões de um empreendimento sustentável e a solicitação ainda deve ser feita", avalia o gerente do GBC Brasil.

Para obtenção do selo verde, explica Faria, é necessário ao empreendimento observar alguns requisitos básicos, como: adoção de materiais de baixo impacto ambiental (por exemplo, aço e alumínio em parte produzidos com matéria-prima reciclada), tintas e vernizes com compostos orgânicos voláteis, pisos drenantes, etc. Além disso, estádios que tenham obras de demolição devem reciclar os resíduos gerados e dar destinação correta ao que não pode ser aproveitado, como de fato vem sendo feito na obra do Maracanã e do Fonte Nova, diz o representante do GBC Brasil.

"Sustentabilidade não encarece a obra", afirma Felipe Faria, do GBC BrCertificação

As arenas de São Paulo (Corinthians), Curitiba (Arena da Baixada) e Porto Alegre (Beira-Rio) ainda não iniciaram os procedimentos para obter o certificado Leed. "Os dois últimos provavelmente porque não utilizarão os recursos do BNDES, banco que tem como exigência a certificação ambiental", observa. Mas, correndo por fora dos preparativos da Copa de 2014, a Arena Grêmio, em Porto Alegre, já está dentro do processo, explicou Felipe Faria.

Antes de conceder o selo Leed, o BNDES estabelece duas fases de análise: uma avaliação prévia do projeto, na sua etapa final, e depois da obra concluída, no início de operação do estádio, quando os equipamentos são finalmente testados e conferida sua sustentabilidade efetiva.

Vantagens do Leed

"A grande vantagem do selo Leed nos empreendimentos é o ganho operacional, com reduções de custos principalmente quanto ao uso energético e de água", analisa o executivo do GBC Brasil. Segundo Faria, "a redução no consumo de energia chega a 30%, e até 50%, no caso do gasto com água, isto durante 40, 50 anos, ou em toda a vida do equipamento". No custo operacional total, a redução é de 9% nas construções sustentáveis, completa.

"Sustentabilidade não encarece a obra. Uma obra sustentável é também a que vem com planejamento, que é o que de fato pode reduzir custos", conclui Faria.

Fonte: Portal 2014